Zico
- Você esteve com Ronaldinho antes da crise? Como foi o dia da decisão?
"Não o vi pela manhã. Eu fiquei lá na sala de almoço até quase umas 15h30 ou 16h. Quando voltei para o meu quarto fui informado do que tinha ocorrido. O pessoal não queria 'dar mais alarde', não quis que a coisa se alastrasse para os que ainda não estavam sabendo. Queriam antes ver como o Ronaldinho ia se comportar. No lanche, ele estava apenas um pouquinho mole. Não sabia o que tinha acontecido e lanchou normalmente. Nós fizemos a reunião e foi aí que o Lídio nos disse que ia tomar todas as providências, fazer os exames. Ele foi para o hospital e nós, para o estádio. E foi aí que o Zagallo definiu a substituição pelo Edmundo. Só que, no estádio, veio a informação de que os exames tinham dado negativo. Quando o Ronaldinho chegou, fui chamado para uma reunião em que se informou que ele estava bem, que queria jogar e que o Lídio tinha liberado. E foi aí que o Zagallo liberou."
- Foi correto? Por que Zagallo o escalou?
"Porque houve a liberação do departamento médico. Ele teve problemas, mas fez todos os exames, que não deram nada. Lídio garantiu que o Ronaldinho estava em condições de jogo e o liberou. Portanto, Zagallo escalou."
- Ronaldinho quis jogar?
"Ele quis jogar. Fez todo o aquecimento normalmente junto com os outros jogadores. Mas é aquele negócio: jogador sempre vai querer jogar uma final de Copa do Mundo. Mas a gente notou claramente que dentro do campo ele não tinha a menor condição..."
- Então por que não foi substituído?
"É muito difícil tomar a decisão -- e acredito que até passou pela cabeça do Zagallo -- de tirar um jogador da importância dele numa final. Mas ficou claro que ele não estava bem e que, mesmo sendo o melhor jogador do mundo, quando a gente não está 100% não consegue realizar nada dentro do campo. Ficou uma lição muito grande para todos de que, principalmente numa Copa, você tem que estar 100%."
- O problema de um só jogador provocou todo o colapso na equipe?
"É claro. É muito duro ver um companheiro -- ainda mais sendo quem foi -- nessa situação. Nós tivemos jogadores que estavam muito emocionados."
- Quem ficou mais abalado?
"Os que viram, o Leonardo... A seleção não se encontrou em campo e eu acho que tem relação direta com o episódio."
"Não o vi pela manhã. Eu fiquei lá na sala de almoço até quase umas 15h30 ou 16h. Quando voltei para o meu quarto fui informado do que tinha ocorrido. O pessoal não queria 'dar mais alarde', não quis que a coisa se alastrasse para os que ainda não estavam sabendo. Queriam antes ver como o Ronaldinho ia se comportar. No lanche, ele estava apenas um pouquinho mole. Não sabia o que tinha acontecido e lanchou normalmente. Nós fizemos a reunião e foi aí que o Lídio nos disse que ia tomar todas as providências, fazer os exames. Ele foi para o hospital e nós, para o estádio. E foi aí que o Zagallo definiu a substituição pelo Edmundo. Só que, no estádio, veio a informação de que os exames tinham dado negativo. Quando o Ronaldinho chegou, fui chamado para uma reunião em que se informou que ele estava bem, que queria jogar e que o Lídio tinha liberado. E foi aí que o Zagallo liberou."
- Foi correto? Por que Zagallo o escalou?
"Porque houve a liberação do departamento médico. Ele teve problemas, mas fez todos os exames, que não deram nada. Lídio garantiu que o Ronaldinho estava em condições de jogo e o liberou. Portanto, Zagallo escalou."
- Ronaldinho quis jogar?
"Ele quis jogar. Fez todo o aquecimento normalmente junto com os outros jogadores. Mas é aquele negócio: jogador sempre vai querer jogar uma final de Copa do Mundo. Mas a gente notou claramente que dentro do campo ele não tinha a menor condição..."
- Então por que não foi substituído?
"É muito difícil tomar a decisão -- e acredito que até passou pela cabeça do Zagallo -- de tirar um jogador da importância dele numa final. Mas ficou claro que ele não estava bem e que, mesmo sendo o melhor jogador do mundo, quando a gente não está 100% não consegue realizar nada dentro do campo. Ficou uma lição muito grande para todos de que, principalmente numa Copa, você tem que estar 100%."
- O problema de um só jogador provocou todo o colapso na equipe?
"É claro. É muito duro ver um companheiro -- ainda mais sendo quem foi -- nessa situação. Nós tivemos jogadores que estavam muito emocionados."
- Quem ficou mais abalado?
"Os que viram, o Leonardo... A seleção não se encontrou em campo e eu acho que tem relação direta com o episódio."
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