Sunday, July 19, 1998

Roberto Carlos: sobre o companheiro de quarto

"O Ronaldo é uma pessoa sozinha. Ele tem que se abrir mais. Se ele de repente casar com a Suzana, ou se chamar o pai e a mãe dele de lado, conversar com os pais, tenho certeza de que ele vai tirar 80% do peso das costas e vai conseguir jogar o mesmo futebol que jogou no Barcelona... e que está jogando na Inter (...) A gente ficava conversando a tarde toda no quarto, jogava pingue-pongue juntos (...) mas não sei o que o afligia, ele nunca me falou. Só falávamos de futebol, nada da vida pessoal dele. Ronaldo é uma pessoa muito calada. Se você perguntasse se o cabelo dele estava crescendo, ele dizia: 'Não sei'. Ele é muito 'eu', 'os problemas são meus, deixa eu resolver.'"

A suposta crise no namoro do atacante com a modelo Suzana Werner "foi um dos problemas... Isso incomoda. Todo mundo vendo saírem coisas no jornal sobre ela... Não vão olhar para você como uma pessoa normal."

R.C. negou declarações dadas à Folha após a final, entre elas a de que Ronaldinho teria "amarelado". Disse que nunca declarou que Ronaldinho chorou na noite anterior ao jogo e negou ter dito que o atacante estivesse tendo dificuldades para dormir.

"Ele vinha dormindo bem, sem problemas. Durante 50 dias não vi o Ronaldo mal. Só a dois dias de a gente vir embora. No dia do jogo, o jogo mais importante da competição."

Roberto Carlos contestou também que Lídio Toledo saíra chorando do quarto após atender Ronaldinho, ou que alguns jogadores pediram a Toledo que medicasse o atacante durante a crise. Negou ainda que, após o colapso, Ronaldinho não dormira e até saíra do quarto para tomar um suco. "Fiquei deitado do lado dele. Ele dormiu das 14h15 às 16h30. Eu quem o acordei. Ele só saiu para tomar um lanche, às 17h, e para ir à clínica, às 17h50."