Friday, November 24, 2000

Edmundo -- na CPI

Questionado sobre o aviso a Zagallo: "Não ocorreu mais do que dez ou 15 minutos depois do fato (...) mais que isso, impossível."

Edmundo disse não lembrar quem avisou o técnico, mas afirmou que pessoalmente bateu à janela de muitos quartos do hotel onde Zagallo e outros dirigentes da equipe técnica da seleção estavam hospedados na França.

Apesar de reforçar suspeitas de deputados sobre as relações entre a Nike e a CBF -- um treino teria sido cancelado para uma festa da empresa, e um representante acompanhava os jogadores --, Edmundo negou ter dito logo depois da final da Copa da França que a empresa foi responsável pela escalação de Ronaldo para o jogo.

Wednesday, November 22, 2000

Zagallo, Lídio Toledo e Joaquim da Matta -- na CPI

Zagallo e os médicos Lídio Toledo e Joaquim da Matta prestaram depoimento em separado.

Zagallo, que falou primeiro, disse que estava em seu quarto quando Ronaldo teve a convulsão, que não foi avisado e que só soube do episódio depois de três horas. Toledo disse que informou o técnico sobre o problema de Ronaldo "quase de imediato" -- após 40 minutos.

Zagallo disse ter ouvido de seu quarto uma "gritaria". Toledo afirmou que o quarto do técnico era "bastante longe" de onde ocorreu o problema. "Ele não ouviu barulho."

Zagallo declarou que os médicos não liberaram Ronaldo para o jogo, mas que não o vetaram. "Se houvesse um veto, não poderia escalar." Matta, por seu lado, disse que a liberação ocorreu: "Claro que houve. Eu e o Lídio avisamos o Zagallo."

Saturday, November 18, 2000

O Contrato (iii)

Novo acerto com CBF, assinado em abril, expurgou 5 dos 14 jogos que Brasil tinha feito para a empresa.

Para a Nike, com Ronaldo vale. Sem Ronaldo, não. Amistosos da seleção há um ano, na Austrália, dos quais o atacante acabou cortado por Wanderley Luxemburgo, não serão mais remunerados pela multinacional de material esportivo. Foram expurgados, junto com outras três partidas, na revisão do contrato com a CBF, que a Folha revelou ontem.

Agendados, organizados e promovidos internacionalmente pela empresa, os jogos saíram "de graça" para a Nike. A perda, para a CBF, é de US$ 2,5 milhões.
(...)
Os jogos na Austrália colidiam com os interesses da comissão técnica de Luxemburgo, que programara, no mesmo fim-de-semana, um amistoso na Espanha. Para driblar a inconveniência, duas seleções foram convocadas. A principal seguiu para a Europa; a olímpica, para a Austrália.

À época, causou estranheza o fato de Ronaldo ter sido escolhido para seguir com os jovens, já que ele vinha atuando com os adultos.

O "presente" para a Nike foi dado pela CBF em abril, quando o contrato foi alterado. Ficou acertado que até 30 de maio deste ano a seleção tinha disputado 9 partida Nike. Na verdade, até a data acordada, o Brasil jogou 14 vezes em nome da multinacional.